quinta-feira, 4 de junho de 2015

BIM 3D

Construtoras apostam no BIM 4D para melhorar assertividade do planejamento de obras

Modelo tridimensional de projeto associado ao cronograma de atividades permite visualizar etapas da obra e identificar prós e contras de cada plano de ataque

Juliana Nakamura
Sintonia fina
Para que tudo isso funcione, não basta construir uma sofisticada base tecnológica com um pool de softwares e licenças. As equipes de projeto, planejamento e orçamento precisam trabalhar de forma integrada. Eis o primeiro grande desafio para a maioria das construtoras.
Na Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), a necessidade de integração levou a empresa a rever todos os processos internos das equipes envolvidas (planejamento, orçamento, engenharia). "Isso porque o que cada equipe faz hoje é diferente do que fazia antes. Não basta mais fazer só para a sua área. É preciso pensar no conjunto", explica Luiz Augusto Lervolino Pereira, diretor de Engenharia e Sistemas de Gestão da CCDI.


O grande desafio, explica Thais de Paula, é que, para haver a integração efetiva, os modelos não podem ser produzidos de modo aleatório. Eles precisam conter uma série de informações qualificadas demandadas pelo software de planejamento para a produção de gráficos e cronogramas. Na OR isso foi equacionado após meses de muita conversa e reuniões, antes de se iniciarem as modelagens
É fundamental, portanto, que o projeto nasça modelado de forma a atender às necessidades das etapas posteriores, no caso, do planejamento e do orçamento. "As equipes de projetos devem estar totalmente aderidas ao processo executivo da construtora", reforça Fernando Corrêa da Silva, lembrando que, quanto mais o modelo refletir sua execução, maior será o sucesso de sua aplicação.
Outra barreira que gradativamente vem sendo superada é a tecnológica. Desenvolver projetos em BIM exige a interoperabilidade de um conjunto de softwares e aplicativos. Na CCDI, onde o BIM é a base de operação para as áreas de planejamento, orçamento, suprimentos, gestão de contratos e controle da qualidade, trabalham conjuntamente nove softwares de mercado, além de um sistema (ERP) próprio que funciona como centralizador, tradutor e intérprete.
Diante de múltiplas tecnologias, o caminho escolhido por muitas empresas foi utilizar o Industry Foundation Classes (IFC) e exportadores diretos entre as ferramentas. Joyce Delatorre, da Método, conta que boa parte das informações são facilmente compartilhadas entre os sistemas. Porém, ainda há perdas de informação com o IFC. "Para contornar isso, definimos diretrizes de modelagem para garantir o uso apenas de componentes auditados. Todo modelo BIM, desenvolvido internamente ou pelos projetistas, passa pelo nosso controle da qualidade interno para garantir a confiabilidade dos dados", revela.
Se por um lado há esses desafios, um facilitador importante é a aderência e o entusiasmo dos profissionais, sobretudo dos recém-formados, em relação à nova tecnologia. "Mas isso não exclui a necessidade de investirmos em capacitação para uso da metodologia BIM, que envolve novos fluxos e relações de trabalho", salienta Delatorre.
Questões importantes ao planejar com BIM
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